Gretchen quer entrar na roda da ciranda *

Coluna Panorama - revista Veja - edição Edição 2071 - 30 de julho de 2008

Conversa com Gretchen

Aos 49 anos, Gretchen já rebolou, cantou e atuou em filmes eróticos. Agora, quer ser política. Candidatou-se à prefeitura de Itamaracá*, em Pernambuco

Gretchen - seus ídolos são Frank Aguiar e FHC

VERSÃO ORIGINAL

Por que você quer ser prefeita? Chegou o momento de mudar de carreira. Foram trinta anos de sucesso. Quero novas experiências. Só não dá para conciliar as duas coisas, porque ser símbolo sexual não combina com a prefeitura.

Mas por que em Itamaracá e não no Rio, onde você nasceu? Eu me apaixonei por essa cidade há dez anos. Todo mundo só quer saber de Porto de Galinhas, mas aqui é o Caribe brasileiro. É paradisíaco.

Sua imagem artística ajudará na campanha? Acho que não dá, né? Não que eu queira apagar meu passado, mas não dá para dançar dentro da prefeitura, entende?

Qual é o político que você mais admira? O Frank Aguiar (deputado do PTB paulista). A classe artística só deve entrar para a política se for para fazer direito. Se tem um projeto sério, é até melhor, porque o artista tem uma sensibilidade à flor da pele.

Como você está se preparando para a campanha? Estou lendo vários livros. Um deles é do Fernando Henrique Cardoso, o Cartas a um Jovem Político. Já sinto que estou preparadíssima.

Quais são as suas chances? Quando eu entro, é para ganhar. O povo de Itamaracá sabe que eu quero o melhor para a cidade.

O que fará se perder? Posso voltar a estudar. Adoro línguas. Só não vou voltar para a carreira artística. Quero dizer aqui: isso é um adeus. Vou aproveitar que estou no auge para me despedir. Os meus fãs vão entender.

O quê ela realmente queria dizer

Por que você quer ser prefeita? Chegou o momento de parar de mostrar a bunda. Foram trinta anos de sacanagem. Quero novas experiências, como fazer com a população o que fizeram comigo. Só não dá para conciliar as duas coisas, porque ser caça não combina com a ser caçador (risos).

Mas por que em Itamaracá e não no Rio, onde você nasceu? Eu me apaixonei por essa cidade há dez anos. Todo mundo acha que eu devia tentar a prefeitura de Porto de Galinhas onde eu me sentiria em casa. Mas aqui é o Caribe brasileiro afinal só dá Conga, la Conga...

Sua imagem artística ajudará na campanha? Acho que não dá, né? Estou muito velha e não desperto mais as fantasias masculinas nem a inveja das mulheres.

Qual é o político que você mais admira? O Frank Aguiar (deputado do PTB paulista). A classe artística só deve entrar para a política se for para fazer música. Se tem um projeto sério de CD, é até melhor, porque o artista tem uma sensibilidade à flor da pele, ou no meu caso nos glúteos. Eu gosto muito de ceder.

Como você está se preparando para a campanha? Estou lendo vários livros. Um deles é o Pequeno Príncipe do Antônio do Santo Exu Piri Piri (na verdade é Antoine de Saint-Exupéry). Já sinto que estou preparadíssima.

Quais são as suas chances? Quando eu entro, é para ganhar. O povo de Itamaracá sabe que eu quero o melhor para a mim, digo para a cidade.

O que fará se perder? Posso voltar a estudar. Adoro línguas. Adoro no sexo oral e língua ao molho Madeira. Só não vou voltar para a carreira artística, porque chega de putaria, né? Estou velha. Quero dizer aqui: isso é um adeus. Vou aproveitar que estou gorda para me despedir. Os meus ex-fãs vão entender.

( *) Itamaracá é famosa pelo título de capital da ciranda.